MEDITATIVO DIVERSO
MEDITATIVO DIVERSO
A arte
de escrever
me leva a ser diverso;
visto que,
ao contemplar a Natureza,
eu vejo
essa diversidade;
assim como sinto
emergir de mim,
um mínimo do universo
criado por Deus,
que se dispersa tão livre,
para integrar-se
à vida de eternidade.
Se eu
não fosse diverso,
como poderia evoluir,
escrevendo
uma arte enfadonha e igual?
No entanto,
há em cada texto,
uma criatividade
diversa,
que faz fluir
espontânea
a inspiração peculiar,
distinguindo-se
pelo fazer artesão plural.
Sei muito bem
que o diverso está em mim
e fora de mim;
como se cada instante
que escrevo,
fosse um desafio
que me torne capaz de gerar
diferentes labirintos;
fruto da linguagem
adquirida,
desde as diversas coisas
internas e externas
por mim imaginadas;
espelhando-se
no encanto da escrita
idealizada,
onde possa me achar e sair,
talvez com uma certa
dificuldade,
dos labirintos
que eu mesmo os concebi.
Posso abordar os mesmos temas
em minha arte escrita;
mas haverá certamente,
o propósito de alcance
da distinção textual;
concilio minha diversidade íntima,
com a diversidade
das coisas que me cercam;
alguns aspectos existenciais
fingem parecerem iguais;
mas são tão distintos como o tempo,
como as horas,
como as artes, como a natureza,
como os pensamentos
e sentimentos,
como a espiritualidade,
como a Suprema Criação Divina.
E porque tudo evolui,
seja igual ou diverso,
no âmbito existente das coisas,
de modo surpreendente,
tudo também se estabiliza
e se concilia,
na unidade cósmica incessante.
Adilson Fontoura