NAO ZOMBE A POESIA
Bobos são os incrédulos,
Que não creem na poesia.
E se não acreditam,
Certamente porque fecham os olhos,
Sempre que o belo ofusca seus sentidos.
Tapam os ouvidos,
Sempre que uma música os emociona.
Cobrem as narinas,
Sempre que um aroma os reconduzam no tempo.
Refutar a poesia é comparável a negar as emoções,
Desdenhar dos desenhos que os versos pintam,
Tentando elevar ao Divino tudo que Divino.
É relutar em aceitar o belo, a emoção, a vida,
Eis que a valia do viver é a emoção de toda ordem.
Desdenhar o poeta,
Comparo a zombar do gozo, do êxtase, do ser.
Aviltar o poeta,
É como uma máscara a tentar esconder o lirismo,
Que todo coração, mesmo bobo, sempre contém,
Apesar da eventual e vaga necessidade de negar,
A fragilidade humana que vigora em todo e cada um,
Só não admitida pelos truculentos - ou fracos,
Cujas expressões se confundem,
Em se falando de poeta, poema e poesia.