Teias

Na corda bamba tecemos nos teias.

Nas lástimas do cotidiano

Enfrentamos nossos medos

Cobrindo de fé nossas feridas.

Brindamos nosso suor

Dissolvendo em lágrimas límpidas

O sal amargo da hipocrisia.

No reverso de um semblante falso que te diz:

Te quero bem!

Perdemos a nossa “inocência”.

Desvestidos deste pseudo pudor

Percebemos o amor na sutileza perfeita da flor.

Flui do luminar de nossos olhares

No sacrifício lúcido do corpo exausto

Reacendida liberdade em linhas tortas

Pequenas fagulhas de humanidade

Ainda intactas em nossa consciência.

Razão desconexa

Insanidade reflexa.

RogerioCalais
Enviado por RogerioCalais em 08/10/2020
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