Teias
Na corda bamba tecemos nos teias.
Nas lástimas do cotidiano
Enfrentamos nossos medos
Cobrindo de fé nossas feridas.
Brindamos nosso suor
Dissolvendo em lágrimas límpidas
O sal amargo da hipocrisia.
No reverso de um semblante falso que te diz:
Te quero bem!
Perdemos a nossa “inocência”.
Desvestidos deste pseudo pudor
Percebemos o amor na sutileza perfeita da flor.
Flui do luminar de nossos olhares
No sacrifício lúcido do corpo exausto
Reacendida liberdade em linhas tortas
Pequenas fagulhas de humanidade
Ainda intactas em nossa consciência.
Razão desconexa
Insanidade reflexa.