Quantas vezes quis dominar as palavras.
Quantas vezes quis dominar as palavras.
Nem precisavam ser muitas,
Apenas algumas que fizessem algum sentido.
Ou que musicassem meu grito de desespero, ou de alegria.
Mas elas sumiam entre nuvens de devaneios.
Escorriam entre meus dentes.
Dormiam em minha boca travada
Como um túmulo há muito enterrado
Nos porões do meu subconsciente.
Entre tantas ideias, quase nada ficava.
Então as que eu consigo capturar,
Vou forjando nestes versos pra ninguém ler.
Como vento para um barco sem velas,
Como luz para um cego.
Para mim, um reflexo de um
Dos meus muitos "eus",
Fotografias de pensamentos
Que talvez algum dia sirva para medir
A profundidade da minha alma e a miséria de meu espírito.
Entre soluços e gargalhadas,
Na ira ou na paz de Jah.
Um "insight" genial, um blefe de jogador.
Ou meros delírios mesmo.
08.10.20