O TEMPO DE VIVER

O TEMPO DE VIVER

Quando criança brincava na rua

Corria pela aldeia sorrindo e a gritar

Sou eu cunhantã, Wayna kuyra

Que canto a infância da aldeia, meu lugar.

Hoje o tempo pintou meu cabelo

O branco da vida a idade mostrou

Na voz que arrastada conta pausado

Narrativas de lutas que o branco travou.

Eu digo cunhã senta aqui para ouvir

A fala anciã que procura orientar

Tua garra, teu eco por direitos violados

A aldeia e cidade precisam abraçar.

A idade chegou, meu cabelo esbranquiçou

Meu tempo mudou, mais lento ficou

Meu lugar na aldeia não perdeu o valor

Velho? Sou a sabedoria! Sou o tempo, sou doutor.

Márcia Wayna Kambeba
Enviado por Márcia Wayna Kambeba em 02/10/2020
Código do texto: T7077418
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