O TEMPO DE VIVER
O TEMPO DE VIVER
Quando criança brincava na rua
Corria pela aldeia sorrindo e a gritar
Sou eu cunhantã, Wayna kuyra
Que canto a infância da aldeia, meu lugar.
Hoje o tempo pintou meu cabelo
O branco da vida a idade mostrou
Na voz que arrastada conta pausado
Narrativas de lutas que o branco travou.
Eu digo cunhã senta aqui para ouvir
A fala anciã que procura orientar
Tua garra, teu eco por direitos violados
A aldeia e cidade precisam abraçar.
A idade chegou, meu cabelo esbranquiçou
Meu tempo mudou, mais lento ficou
Meu lugar na aldeia não perdeu o valor
Velho? Sou a sabedoria! Sou o tempo, sou doutor.