A morte é cinza.

A morte é cinza.

No Pantanal o fogo aflora.

A fauna e a flora choram.

Queimam.

O vento que sopra.

Teima.

As chamas o vento aumenta.

O calor natural.

Agora é mortal.

Propaga o sofrimento.

A chuva que cai.

Não sossega a dor e o tormento.

É sina.

A alimentação cinza que restou.

Predomina e não alimenta.

A vida que não queimou.

Agora morre de fome.

A fauna que ainda rasteja e voa.

Seu grito ecoa.

Numa luta pela vida.

A vida perde força.

A vida voa e rasteja.

Numa peleja infinda.

O verde agora é cinza.

A vida é cinza.

Sem tons de cinza.

Não existe saída.

Mas, a luta injusta persiste.

numa fuga alucinante.

Em busca de novos horizontes.

É questão de tempo.

O movimento é lento.

Não há forças pra rastejar.

Não há saída pra voar.

A fumaça sufoca.

A água escassa quase morta.

A natureza não resiste.

Tudo é cinza.

Não existe mais pureza .

Muito menos beleza.

O alimento cinza.

Não mata a fome.

Apenas cinzas predominam.

A vida é cinza.

(Almeida, M. M. de)

Almeidamel
Enviado por Almeidamel em 01/10/2020
Código do texto: T7077353
Classificação de conteúdo: seguro