A morte é cinza.
A morte é cinza.
No Pantanal o fogo aflora.
A fauna e a flora choram.
Queimam.
O vento que sopra.
Teima.
As chamas o vento aumenta.
O calor natural.
Agora é mortal.
Propaga o sofrimento.
A chuva que cai.
Não sossega a dor e o tormento.
É sina.
A alimentação cinza que restou.
Predomina e não alimenta.
A vida que não queimou.
Agora morre de fome.
A fauna que ainda rasteja e voa.
Seu grito ecoa.
Numa luta pela vida.
A vida perde força.
A vida voa e rasteja.
Numa peleja infinda.
O verde agora é cinza.
A vida é cinza.
Sem tons de cinza.
Não existe saída.
Mas, a luta injusta persiste.
numa fuga alucinante.
Em busca de novos horizontes.
É questão de tempo.
O movimento é lento.
Não há forças pra rastejar.
Não há saída pra voar.
A fumaça sufoca.
A água escassa quase morta.
A natureza não resiste.
Tudo é cinza.
Não existe mais pureza .
Muito menos beleza.
O alimento cinza.
Não mata a fome.
Apenas cinzas predominam.
A vida é cinza.
(Almeida, M. M. de)