Mão inescrupulosa.
Mão inescrupulosa.
A vida precisa ser revista.
Do ponto de vista do poder.
Até onde a vista alcança.
A boiada vai passando.
Quanta ignorância e arrogância.
Ganância é o que se ver.
A flora a seiva sangra.
A fauna em cinza se transforma.
A toda hora a boiada passa.
Nada muda.
É um Deus nos acuda.
O fogo agora respinga.
A boiada virou sina.
Chegou a vez dos manguezais e restingas.
E lá em cima a autoridade ironiza.
Dizendo: vai passar de rodo.
A boiada por cima.
A proteção que se tinha.
Transformada em extinção.
O homem do poder perdeu a razão.
Loucura não.
Falta de respeito com a nação.
Vergonha meu irmão.
Nossas riquezas em cinzas.
O litoral e sua nobreza se extingam.
O homem de terno.
Achando-se experto.
Põe os pés pelas mãos.
Onde estão?
Ninguém viu.
O Brasil fértil.
Agora desértico.
E a boiada vai passando.
Não é atração meu irmão.
É a mão pesada desonesta.
Na canetada de tinta azul.
Escrevendo uma verdadeira tragédia.
Dos valores da nação.
(Almeida, M. M. de)