Insônia
Fico pensando entre as madrugadas,
Imaginando coisas mais sem fim.
Desapareço em meio aos meus milhares,
Eu perco o sono como perco a mim.
Discordo a todo instante do que sinto,
Enceno versos que não escrevi.
As horas vagam entre meus almejos,
Lembranças idas que de mim não vi.
Corro parado em volta do meu peito,
Desembaraço os medos um a um.
Finjo desculpas pra acalmar os erros,
Como se triste fosse incomum.
Confesso as minhas próprias confidências,
Desejo ser dos olhos que não vi.
Me apego a um milhão de sentimentos,
Nem todos eu me lembro se senti.
Procuro abraço até no que não vejo,
Destrato a inércia em forma de paixão.
Vibro por cada lágrima sentida,
Pois pelo menos tenho um coração.