Flertei-me doce flor da ilusão
Flertei-me doce flor da ilusão.
Se eras eu ou se fui tu,
pudera.
Pobre e louco amor da imaginação.
Pareço-me gostar de me desesperar,
de ser noite,
de implorar aos dias não se levantar.
Pudera.
E quando ao fim restar só a garoa da manhã
e um poema rabiscado na garganta,
não vou saber dizer o quanto pesas,
pois sou bem menos que a desilusão.
Mas vou saber falar-te os poucos versos.
Tão eloquentes quanto minhas lágrimas,
tão reticentes quanto alguns desejos
e tão distantes do teu coração.