Confundindo os eus
Muita gente não entende minha poesia.
E vivem me confundindo com o eu lírico.
Acreditam que estou sofrendo apostasia.
Ou me vêem num constante estado onírico.
O que ocorre é que sendo eu uma poetisa.
Em mim habita uma alma mais humana.
Afetada com o que amordaça e paralisa.
Uma pobre alma cuja sorte é desumana.
Mas tranquilizo a todos que se preocupam,
Pois estou passando bem e sem problemas.
Eu só escrevo sobre temas que machucam,
Muitas pessoas e se tornam meus dilemas.
E recomendo que se atentem para a poesia.
Nem sempre o eu que me refiro é o eu interior.
Às vezes esse eu é apenas um eu de fantasia.
Dos outros eus que estão sofrendo ao meu redor.
Mas se puderem eu agradeço a cortesia.
De avaliarem o que acontece com os cantores.
Nem sempre vivem o que cantam em melodia.
Nem suas letras contam suas próprias dores.
Vou dar um exemplo, talvez até um bom palpite.
Não é porque eu gosto de viver a cantarolar.
As belas músicas da grande cantora kell Smith.
Que eu sou deprê ou vivo a vida a lamentar.
Como a kell Smith eu só escrevo a dor no peito.
Nem sempre minha, e minha ainda, no entanto.
Se ela canta os seus belos poemas do seu jeito.
Eu cá escrevo os meus poemas do meu canto.
Pegando o gancho, ouçam de kell a melodia.
E absorvam a profundidade dos seus versos.
De minha fonte, reflitam por meio da poesia.
Pois nela trato dos problemas mais diversos.
Adriribeiro / @adri.poesias