ANDARILHO DAS VEREDAS
Nada que vejo me pertence
Nada sonho ter, sou invisível
Um ser baldio,
Insípido, obscuro
Caminho pelas pegadas das pedras
Onde a natureza carbonizada,
Não sei por que,
Poupou uma flor do extermínio
Não ligo para quem me critica
Impudente, tomo mais um dia
Emprestado do futuro
Minha dívida é imensa
Ainda escrevo em meio aos grafites
Nos muros sujos da cidade,
O nome dela, anonimamente
Com medo de ser descoberto
Não me apetece mais
Sentir-me útil e aceitável,
Meu espírito desenganado
Apenas precisa de amor!