OS PAIS DA MENTIRA
As regras do jogo viciadas,
Invalidam da partida - a lisura do resultado.
O jogo jogado com artimanha e mentiras,
Com mentira se faz o resultado.
Nao há Tonho, nem Totonho,
Chico, ou Francisco ,
Que aguentem as cacetadas
De tanta mentira junta.
Balança a cabeça o Capelão,
Incrédulo com as bordoadas.
De pronto, responde o Sacristão:
- A mentira agora é moda.
Já não se sabe
O que é mentira ,
0 que é verdade não se sabe!...
No carrilhão que gira a roda,
O que mais cabe
De rolo nesta quadra absurda
Em que nos deparamos?!
Nao é brincadeira!
Quando a mentira é cinica
E vil aos bocados,
Dá asco e nojo escuta-la,
Mas nao se pode dela fugir,
Por ter virado rotina a determinado
Grupo que se sabe - mentir!
Fala-se muito, muito se fala,
Dão os mais esdrúxulos recados
Do ordenança ao general.
Que isso tem de ruim,
Em resenha nacional? -
Perguntam , deixando
Os que não entendem nada,
De boca aberta, pasmados !
Responde o Sacristão,
Ao sisudo Capelão:
- 0ra, são simples trocinhas ,
Invencionices , gracinhas
À mão cheia disparadas,
Sandice tamanha !...
Não entendeu, irmão,
Qual o propósito dessa patranha?
São mumuias disfarçadas ,
Lorotas, enrolação,
Como se trouxessem a veracidade
Dos fatos com empulhação!...
São os pais da mentira!
Pois memtem , bastante mentem,
Por só terem para se contraporem à verdade ,
As mentiras que inventem !