Sou do mato
Por ser do mato,
eu ando assim meio de lado,
na moldura do caminho,
ressabiado,
passando frio e calor.
Minh'alma desavisada
desanda no vento e salta
num caminhar meio sonso
balançando aos madrigais.
Por ser do mato,
que é verde,
ando assim meio mambembe,
atalhando no sem rumo
decorando o sem querer,
e vou desdenhando a noite,
disfarçando esse amor maltrapilho
que me bate na cara
mas que pergunta por mim,
que rasura meus olhos
mas que me faz dormir
entre brisas e rosas.