Hoje em dia
Eu já não sei quem me diz a verdade
que alguns olhos andam tão furtivos
e risos em festa
me seduzem
como se me quizessem morder
mãos se abrem como garras de urso
e palavras são doces de um amargo discurso
Hoje em dia eu caminho com medo
um pé na frente e outro atras
desconfiando até da própria sombra
desfaço-me de fones de ouvidos se viajo
ainda mais em ônibus da periferia
quem me dará em fim a certeza
que dias melhores virão
se pelas frestas eu vigio o que existe
de bom pra sair e respirar com alívio