ENTRE FLORES E ESPINHOS
Outros cantos entoarei agora,
Mesmo que deles não me encante tanto,
Pois vale os versos sentidos
À melancolia
Do vazio pranto!...
Das flores - os espinhos
Na alma premidos
Retirarei de pronto,
Sabendo embora
Que para colher flores,
Às vezes nos espinhos
Nos machucamos tanto!..
Inda que a mágoa o peito me doa,
Hei de seguir cantando,
Cardos e espinhos deparando
Na estrada longa do viver!
Mas nao me porei
Chorando,
Pela vida lamentando!
Bem sei
Que nem sempre flores
Havemos de encontrar
Pelos caminhos afora,
Todavia canto,
E me acompanha harmoniosa melodia
Que a voz do vento entoa,
Porque mais triste,
É não poder cantar,
Nao ir em busca de novo alvorecer
Que tão belo existe!