Sobre Ela

Ela já amou o mar

Mas hoje prefere as nascentes

Ela adorava mergulhar, mesmo sem conhecer a extensão.

Ela já escolheu a multidão

quando fugia de si mesma

Quando precisava do silêncio

mas se sentia só,

Ou quando precisava gritar,

mas na garganta havia um nó.

Ela já foi covarde

ao buscar agradar aos outros e frustrar a si própria.

Ela soube encenar

quando fingia felicidade

Mas no íntimo era tudo falsidade.

Ela já se machucou muito

Buscando aceitação

De pessoas imperfeitas que exigiam dela a perfeição.

Ela tentava se encaixar,

Mas não por vontade própria

E sim pelo que esperavam dela

Era como estar aprisionada dentro de uma cela .

Olhava de longe

Com medo de chegar perto

Mas ela sabia

Que o cadeado estava aberto

Até que um dila desistiu do mar e de sua incerteza

E provou para si que desistir, nem sempre revela fraqueza.

Ela ainda ama a multidão

Mas prefere a sua própria companhia

E aprendeu que estar sem ninguém

não significa estar sozinha.

Ela aprendeu a apreciar

Cada detalhe seu

E tamanha foi a surpresa

Ao ver que toda tristeza

Desapareceu.

E após cada dose de auto-amor,

Ela percebe que a taça não se esvaziou

Bebe então mais um gole e diz: Eu me entrego!

Entorpecendo assim as loucuras do seu ego

E finalmente ela aprendeu

A amar-se sem se comparar

E isso foi a melhor coisa que lhe aconteceu!

Verônica Chaves
Enviado por Verônica Chaves em 09/09/2020
Código do texto: T7058993
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.