Sobre Ela
Ela já amou o mar
Mas hoje prefere as nascentes
Ela adorava mergulhar, mesmo sem conhecer a extensão.
Ela já escolheu a multidão
quando fugia de si mesma
Quando precisava do silêncio
mas se sentia só,
Ou quando precisava gritar,
mas na garganta havia um nó.
Ela já foi covarde
ao buscar agradar aos outros e frustrar a si própria.
Ela soube encenar
quando fingia felicidade
Mas no íntimo era tudo falsidade.
Ela já se machucou muito
Buscando aceitação
De pessoas imperfeitas que exigiam dela a perfeição.
Ela tentava se encaixar,
Mas não por vontade própria
E sim pelo que esperavam dela
Era como estar aprisionada dentro de uma cela .
Olhava de longe
Com medo de chegar perto
Mas ela sabia
Que o cadeado estava aberto
Até que um dila desistiu do mar e de sua incerteza
E provou para si que desistir, nem sempre revela fraqueza.
Ela ainda ama a multidão
Mas prefere a sua própria companhia
E aprendeu que estar sem ninguém
não significa estar sozinha.
Ela aprendeu a apreciar
Cada detalhe seu
E tamanha foi a surpresa
Ao ver que toda tristeza
Desapareceu.
E após cada dose de auto-amor,
Ela percebe que a taça não se esvaziou
Bebe então mais um gole e diz: Eu me entrego!
Entorpecendo assim as loucuras do seu ego
E finalmente ela aprendeu
A amar-se sem se comparar
E isso foi a melhor coisa que lhe aconteceu!