Nojo Interior
Eu já fiz tanta besteira
que a surpresa é corriqueira.
A vida é cheia de emoções
e o seu segredo são nossas próprias ações.
Por isso em mim carrego decepções,
amarguras e repulsa.
Meu âmago suspira e quase regurgito
toda vez que meu coração pulsa.
Um horror sem tamanho
do desastre desse ser fanho.
Como pode errar e repetir,
não aprender e continuar a ferir
quem você mais tende a se importar
porque não consegue se controlar?
Como pode sua empatia tão característica
sumir e se tornar apenas mais uma estatística
nas suas falhas monumentais
que ofuscam seus acertos ocasionais?
Você precisa crescer.
Você sabe como é ter nojo de você?
Não por externos, mas por si próprio.
Por nojo do seu próprio confessório.
Eu tenho medo de mim.
Sinto que é apenas uma máscara por fim.
Rachando aos poucos,
me forçando a ver este porco.
Pois bem, não mereço.
Não mereço a bênção que recebo.
Não. Não essa vida.
Essa dádiva.
Eu sou patético.
Um ser sintético.
Sem sentimentos positivos,
amargurado com seu eu primitivo
em erros repetitivos.
Eu já fiz tanta besteira
que a surpresa já nem é corriqueira.