verdades nuas e cruas
vertem dos muros descascados
bandeiras tremulam
por ideias rotuladas e obtusas
há ranços de violências
bandeiras tremulam
por ideias rotuladas e obtusas
há ranços de violências
por todos os lados escorrendo
no meu quintal
punhos em riste do negro
punhos em riste do negro
do índio do crédulo e incrédulo,
mãos cerradas dos confinadores
celas-lar sem futuro
gente de toda a cor
indignos indignados e tristes
mãos cerradas dos confinadores
celas-lar sem futuro
gente de toda a cor
indignos indignados e tristes
há que se reter poesia
para viver uma vida bendita
palmilhar o figurativo
há que se colorir
a ferrugem o velho e o gris
semear princípios
íntegros e interativos
buscar sensações
êxtases e a estesia
para atentar e sobrepujar
injustiças imerecidas
assim há que se encantar a vida
a sobrevida
Soninha Porto