Ceifa

O que faço ignoras agora, depois saberás,

o Mestre a Pedro, espanando a alma sua;

a atualidade é uma semente de lá de trás

a qual plantamos e até esquecemos, mas,

o curso da vida sem nossa mão, continua;

pois, a brasa de paixões doentias costuma

derreter gelo interno que vaza pelos olhos;

o castelo se revela sem serventia nenhuma

se, sol da realidade vai dissipando a bruma

visão melhora, removidos nossos antolhos;

sonhamos medalhas no início da maratona

ora, que pretensão!! Que visão mais baixa!

Se, rimos de quem procura pureza na zona

ou vaiamos ao peso pesado que vai à lona

como sonhamos ganhar sem cruzar a faixa?

tempo é necessário à maturação de vinhos

aparência apelida, ele que nomina os bois;

e quebra a casca dos motivos mesquinhos,

traz uma doçura, subjacente aos espinhos,

que só descobrimos, um quilômetro depois...