Viver os Ontens
O ritmo dos passos,
Embora não vacilem,
Seguem outra dança.
Um olhar,
Que não vê o que se vê
Ele sente o que se viu.
O coração que ama,
É o mesmo que dói,
E que afoga os olhos.
E derrama pelos afluentes,
Quando o peito se torna pequeno.
Os olhos, o sol.
O coração, o alvoroço.
A mente, uma lembrança.
Não existe a palavra que descreva,
Nem o silencio que suponha.
E como não entendemos o coração,
Assim chamamos de dor,
A própria dor,
Como se este fosse seu nome.
Tudo que nos cabe é sentir.
Sentimentos, meros códigos indecifráveis.
Verás muito mais pelos meus olhos,
Quando este dia chegar.
E se acaso chorares tudo isto pela tua falta,
Não te culpo,
Porque talvez meus olhos,
Tenham sussurrado ao seu coração.
Autor: Marcondes De Carmo.