Suspiro

Respira fundo, bem fundo

De modo a quase afogar com o próprio ar

Transborda seu pulmão

Leve ele à quase exaustão

Nesse suspiro longo e profundo

Quando você parece tragar o mundo

Pra expulsar o que insiste em te sufocar.

E enquanto expira devagar

Bota pra fora o mundo que tragou

Enquanto o coração contabiliza o que ficou

Arrume o espaço que o caos desocupou

Nada ali dentro tinha motivo pra estar

Mas no meio da desordem nada poderia encontrar

E nessa faxina só ficou o que me faz bem

Porque no final, sou eu e eu, e mais ninguém.