Tributo à velhice
A velhice está hospedada aqui em casa.
A hora, agora, é de lhe servir os mortos:
o tempo... os espectros...
Fogo fátuo luminosos.
Como? -- não sei.
O corpo já não conta, não sente,
não vê com outros órgãos que não os olhos.
Não anda com outro órgão que não o tripé
Que rejeita os caminhos tortos.
Uma das mãos cava os buracos,
enquanto a outra tampa os poços.
Mas as duas me retalham a carne,
e brigam pelos ossos.
A língua, os ouvidos... ah, infelizes.
Cativos dos segredos sórdidos.
Ai, quanta terra tenho na boca
que meus dentes não engolem.
__São sintéticos a maioria!
E daí, a quem importa?
__Aos homens... às mulheres...?
Ah,...aos andróginos.
Por favor,
batam a porta quando saírem.
Deixem ao meu alcance apenas os livros
A Platão, também, pertencem os sólidos.