HERANÇA

Da mistura do preto e do branco

nasceu a rima do verso nordestino,

destino índio da fome sertaneja

que se despeja no Brasil globalizado!

Quem deseja outra sorte é o sertão

que cortando os caminhos se desvia,

avoluma suas crias na globalização

e nos cantos da cidade vira periferia!

Tem voz esta gente? Antes tinha!

Santo Conselheiro, bandido Lampião,

Anita Garibaldi, Zumbi dos Palmares

herança no sangue de nossa rebelião!

Na dança dos ossos quebrados

periferia/grafite de muros painéis,

rap/verso discurso, chamado de luta,

favela/Canudos, revolta dos Malês!

Da mistura do preto e do branco

nasceu a rima do índio sertanejo

que a viola do rap/repente cantaria

para dos herdeiros do sertão/periferia!

Antonio Marchetti
Enviado por Antonio Marchetti em 01/09/2020
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