HERANÇA
Da mistura do preto e do branco
nasceu a rima do verso nordestino,
destino índio da fome sertaneja
que se despeja no Brasil globalizado!
Quem deseja outra sorte é o sertão
que cortando os caminhos se desvia,
avoluma suas crias na globalização
e nos cantos da cidade vira periferia!
Tem voz esta gente? Antes tinha!
Santo Conselheiro, bandido Lampião,
Anita Garibaldi, Zumbi dos Palmares
herança no sangue de nossa rebelião!
Na dança dos ossos quebrados
periferia/grafite de muros painéis,
rap/verso discurso, chamado de luta,
favela/Canudos, revolta dos Malês!
Da mistura do preto e do branco
nasceu a rima do índio sertanejo
que a viola do rap/repente cantaria
para dos herdeiros do sertão/periferia!