Primícia da espada

Entre vales e mares vive um poeta

Desmascarando as faces ocultas do homem

Resgatando a palma de seu abrigo

Rasgando a capa do lobisomem

Com os dedos afiados

Ele corta o mal pela raiz

No "X" da cruzada

No "C" da cicatriz

Assim é o piano e a flauta

Da voz da companhia

Se quebra os elos da morte

Na arte da poesia

Na tinta da melancolia

Inveja, hipocrisia, são no seu memorial

Micróbios escondidos

Na máscara do carnaval

Na primícia da espada

O poeta em obsessão

Corta a barba do pecado

Traça o jogo da Nação

Oh! Babacas idiotas

Não tens sentimentos, não tens coração?

Vocês rasparam a Lua

E o soneto de nossa canção

E ainda com essa boca de batata

Afirmam que é a elite

Que é a globalização.

Com essa cara de lata

Assaltam a nossa paz pela ambição

É a globalização?

Não tens pena de seus podres

Não tens vergonha de seu sermão?

Ah! Nas eras dos séculos

Desabrocham os enigmas modernos

De um acesso incompatível

Onde os eternos computadores

Se tornam o cérebro do egoísmo

Eu não sei onde tem graça

De uns arames de aço

De uns botões sem raça

De uma tela sem paço

É a tecnologia, o mundo

Se perder no espaço

A alma em agonia

E o corpo sem um compasso

As mãos do dia a dia

Sem darem nenhum abraço

Queimam a bandeira de nossa cultura

Sem pedirem permissão e a cena censura

Por um juízo de emoção.

Loucura, loucura, loucura!

É sempre assim em holocausto

Quando não é preto é azul

É a mesma " merda" do assoletrar

É ba be bi bo bu.

O homem sonha sozinho

Na utopia dos risos

Mas a fumaça da rainha

Fecha o pulmão dos sorrisos

E a ânsia do sofrer, faz a ficção do ser

Ser um consolo, um alívio

Ser um muito de esquecer

E a mídia o seduz com as cores da TV

Mas...

Entre vales e mares vive um poeta

Descobrindo a paz de nossas casas

Pois nenhuma guerra é santa

Nenhum pássaro voa sem asas

Ele escreve no oceano da vida

A primícia de uma espada

O livro de uma pátria

E a aquarela da indomafa

Descobre os salmos de nossa poesia

As estrelas do nosso anil

O palco de nosso teatro

E as faces de nosso Brasil!

Lucilene Nobre
Enviado por Lucilene Nobre em 01/09/2020
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