SONETO DO LABIRINTO
 
O badalo bate, o sino soa e o som
desliza feito navalha no cérebro.
O ir e vir do badalo reflete na cabeça:
chiado, zumbido, ruído, estampido – eco.
                          
O trem apita, o seu soprar surge feito raio
estremecendo as paredes sanguíneas,
a veia salta, pulsa pesando à cabeça, 
torturando e desestruturando as linhas.
 
O cão late, seu ganido invade o labirinto.
O som atinge todos os sentidos
e o ouvido, cansado de tantos ruídos, chia.
 
O nariz se fecha, os olhos doem
e a boca quer gritar, porém, o grito é contido!
Assim, a cabeça pesa, dói, pulsa e enreda-se.


                                  Audrei Marsan
AUDREI MARSAN
Enviado por AUDREI MARSAN em 28/08/2020
Código do texto: T7048711
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