Sei Lá

Segurei forte o meu caderno, dentre tudo o que se escapava também estavam as palavras.

Dentro da taça um vinho, ao lado uma tangerina e dois livros, um blues chicoteava sorrateiro enquanto também tocava.

Os caminhos são sem volta? Ou as voltas sinalizam os caminhos?

Agora com o arrastar dos ponteiros do relógio a escrita tem um algo de não sei quê.

As poesias não somente ardem, elas queimam ainda no frio.

O que não consigo querer saber se transformou em letras, me leva a um lugar que a volta sempre resulta difícil.

O cansaço gira repetidamente, às voltas com o velho disco de vinil que retoma as cordas do violão.

Cordas e sons frios, notas rítmicas em tons baixos e que causam um encantamento que dói, saber que se sabe sem querer.