ABANDONO
No escuro de um quarto frio, lúgubre, abandonado
A ouvir ruído no mundo lá fora e a sentir-se enganado.
Na solidão, no medo de estar sozinho ficava ele estressado
A vida andava fora de rumo, deixando-o mais e mais isolado.
No momento não tinha ninguém, tão-só pernilongo em todo lado
Imaginação surgia, inquietude aparecia e continuava calado.
Tristeza, angústia, a vontade de partir; por alguém ser abraçado;
Mas, como reagir, como persistir se tudo estava fechado!
As horas passavam lentamente e no celular nem um chamado
Tudo resolvido, não ficara mais sozinho, como havia planejado
Amor e carinho, palavras que assaz o deixavam apaixonado,
E era muito merecido, depois de um dia muito descontrolado.
E chegada a madrugada, outra vez intuía que foi de novo enganado
Partia sem direção, sem rumo, a zoar quase descontrolado;
Pensando consigo a má sorte e que por ninguém seria amado,
Lamentava o presente, o ausente e o amargor do passado.