ABANDONO

No escuro de um quarto frio, lúgubre, abandonado

A ouvir ruído no mundo lá fora e a sentir-se enganado.

Na solidão, no medo de estar sozinho ficava ele estressado

A vida andava fora de rumo, deixando-o mais e mais isolado.

No momento não tinha ninguém, tão-só pernilongo em todo lado

Imaginação surgia, inquietude aparecia e continuava calado.

Tristeza, angústia, a vontade de partir; por alguém ser abraçado;

Mas, como reagir, como persistir se tudo estava fechado!

As horas passavam lentamente e no celular nem um chamado

Tudo resolvido, não ficara mais sozinho, como havia planejado

Amor e carinho, palavras que assaz o deixavam apaixonado,

E era muito merecido, depois de um dia muito descontrolado.

E chegada a madrugada, outra vez intuía que foi de novo enganado

Partia sem direção, sem rumo, a zoar quase descontrolado;

Pensando consigo a má sorte e que por ninguém seria amado,

Lamentava o presente, o ausente e o amargor do passado.

Silvânia Gama
Enviado por Silvânia Gama em 24/08/2020
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