Onde não há preconceito?

Procurei por todo canto
Vasculhei de todo jeito 
Descobri, onde tem gente
Tem ali um preconceito 
Sentimento bem cruel
Fincado dentro do peito.

Mas não vou me aquietar
Sei que haverá outro jeito 
De encontrar algum lugar
Que não ache esse defeito 
No homem não vou achar
Esse sei, não é   perfeito.

Na negritude do céu,  vi a lua
Toda clara, se descortinar
Tão despida,  toda nua
Com a noite, sem importar 
Lá entre o céu e a lua 
Pro preconceito, não há lugar

O leite todo branquinho
Recebe o café rodopiando
Se misturam com carinho
Os sabores misturando
Um é preto, o outro alvinho
Os dois vão alimentando

O arroz é outro branco
Se cobre com feijão preto
Se misturam, que encanto!
Nem ligam pro preconceito
Isso é coisa só do homem 
Eita que horrivel defeito!

Belo exemplo eles nos dão 
Ali não há preconceito
Já, onde existe a razão 
Existe também um defeito
E olhando nesse mundão 
Só Jesus, foi homem perfeito.













 
Élia Couto Macêdo
Enviado por Élia Couto Macêdo em 16/08/2020
Reeditado em 18/08/2020
Código do texto: T7037565
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