FRÁGIL VELA

Um dia a juventude nos fez crer que em um papel branco tudo poderíamos escrever,

E que o destino era um cavalo domesticado,

Um dia a juventude nos fez parecer fortes sem medo de nada perder,

Mas um dia vimos que o tempo que se foi não seria recuperado.

Em frente ao espelho, ela se despede e se perde no ar como o vento,

E temos que lutar para guardar a paz, para que não haja lugar ao ressentimento,

As riscas na pele se revelam, como quem nos faz lembrar o caminho trilhado,

E nós, frágil vela de pequena chama em meio aos vendavais, navegamos no inesperado.

Na essência dos sonhos e planos carregamos da vida a fragilidade,

A nossa luta constante não obedece a uma ordem ou idade,

Mas será que em meios as cicatrizes manteremos a integridade,

E saberemos lidar com tantos sentimentos que carrega a humanidade?

Um dia a juventude simplesmente estava ausente,

E o fulgor revelou-se latente, mantendo-se insistente para um dia voltar,

Nós, marcados pelo passado e temendo o futuro, somente possuímos um resumido presente,

Que a cada instante nos ensina as dores e as maravilhas de arriscar.