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Mande-me um e-mail

Quem sabe um poema

Plástico, elástico, erótico.

_ Romântico? Talvez...

Sonde primeiro

as imediações de quem sou

e me reconheça.

Meça meus voos.

Essa hermética atrevida,

Esse sol noturno,

Essa alternância

entre a morte e a vida,

Teste com a mão

a minha temperatura,

Depois,

a força na oclusão

da minha mordedura.

Com a ponta da língua,

prove da minha doçura.

Deguste, disfarce e engula:

Não sei não ser essa mistura.

Senta à mesa

com o guardanapo aberto

Costumo me esparramar

Escorrer por desertos

Encharcando os cantos

E entupindo os egos

Devagar se imponha

bem no fundo da sua boca

a medida do meu o pulso,

aspereza da minha textura.

Abra os olhos ao tomar posse.

Sou uma faca de dois gumes

Que cortam, que sangram,

Que protegem meus instintos

Luzineti Espinha
Enviado por Luzineti Espinha em 05/08/2020
Reeditado em 08/11/2021
Código do texto: T7027270
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