PACIENTE VÍRUS
O embotar dos pés áridos
tangendo os bois ariscos.
A iminência de uma fotografia em branco e preto.
Rachadura no triste obelisco.
A memória, escaramuças do viver sereno.
Cobertor de vozes,
cama de flores.
O par de tantos segredos de amores.
Se viver é isso, então entorna o caldo.
Amolece as tórridas retinas e arrefece.
O anjo da medicina vem e te fortalece.
Ele é artista da tarde. Ele brilha como um arauto.
Querem por assim dizer, polidamente, o controle do microrganismo.
Controle ao menos primeiro a sua mente.
E o resto será adicionado
como um sistema de um mecanismo.
Mecânico, gelo.
Esse micróbio no Sol se queima.
Arde enfim e chora convulsivo.
Ele sabe ser paciente e evolutivo.
E nós o que sabemos ser ?