Infinito oceano do tempo
Olha, o vento balançou aquela folha
Aquela que estava bem no meio da árvore.
Timidamente a folha caiu bem no meio do meu livro.
Eu estava lendo debaixo dela, estava lendo e me emocionando.
O vento vem do alto e assanha meus cabelos,
Trás não sei de onde um cheio forte, porém, agradável.
Lavanda, alfazema, um perfume em forma de verso
Que entra em minhas narinas e me faz voltar ao passado.
Perfume do passado e isso me faz ter saudades.
Quando eu olhava para a noite estrelada acima de mim
Eu vi um sonho voar entre as asas das estrelas.
Olha, aquela música que eu colocava para a gente ouvir e amar,
Está encantando outros seres em outros tempos em outros planetas.
Eu caminhei por uma estrada tão deserta e tão fria:
Que fizeram filmes e livros e histórias, mas ninguém viu;
O cinematógrafo queimou no meio daquela paixão toda.
E a palavras silenciaram diante das lágrimas infantis de uma criança
Que olhava tão distante aquela folha caindo no meio do meu livro
E que, pois, eu deixei numa estante de mogno esquecida para o sempre.
Fechei as portas do meu tempo e joguei as chaves
no infinito oceano da morte.