Infinito oceano do tempo

Olha, o vento balançou aquela folha

Aquela que estava bem no meio da árvore.

Timidamente a folha caiu bem no meio do meu livro.

Eu estava lendo debaixo dela, estava lendo e me emocionando.

O vento vem do alto e assanha meus cabelos,

Trás não sei de onde um cheio forte, porém, agradável.

Lavanda, alfazema, um perfume em forma de verso

Que entra em minhas narinas e me faz voltar ao passado.

Perfume do passado e isso me faz ter saudades.

Quando eu olhava para a noite estrelada acima de mim

Eu vi um sonho voar entre as asas das estrelas.

Olha, aquela música que eu colocava para a gente ouvir e amar,

Está encantando outros seres em outros tempos em outros planetas.

Eu caminhei por uma estrada tão deserta e tão fria:

Que fizeram filmes e livros e histórias, mas ninguém viu;

O cinematógrafo queimou no meio daquela paixão toda.

E a palavras silenciaram diante das lágrimas infantis de uma criança

Que olhava tão distante aquela folha caindo no meio do meu livro

E que, pois, eu deixei numa estante de mogno esquecida para o sempre.

Fechei as portas do meu tempo e joguei as chaves

no infinito oceano da morte.

Luciano Cordier Hirs
Enviado por Luciano Cordier Hirs em 26/07/2020
Código do texto: T7017532
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