ATÉ SEMPRE (HASTA SIEMPRE)

Até sempre!

Assim terminava a carta

e me veio a mente quem a assinava,

Ernesto Che Guevara!

Então, em minha frente está Célia,

não qualquer Célia, mas a mãe do médico

formado nas escolas de Buenos Aires,

o argentino doutor, Ernesto Guevara!

Me vem a memória minha mãe, Regina,

empregada doméstica, com grande fé

no diploma de seu filho, futuro doutor,

doutor José, das periferias de São Paulo!

De Célia e Regina, me veio Maria de Nazaré

e todas as mães deste mundo variado!

Penso se o destino de todas elas

é sempre um só, o caminho do Calvário!

Penso se poderia ser diferente,

besteira, é óbvio que poderia,

tanto que foi o que seria!

Que seja feita a tua vontade,

até sempre,

eu, dizendo que volto logo,

um logo que virou eternidade!

Cristo, Deus encarnado,

Guevara e o paraíso já na terra,

e eu, que da vida não levo nada,

talvez, de Regina, a última lágrima!

Penso deixar um bilhete, tanto faz,

terminando também com um até sempre,

mas estou achando até sempre, tempo demais!

Antonio Marchetti
Enviado por Antonio Marchetti em 25/07/2020
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