ATÉ SEMPRE (HASTA SIEMPRE)
Até sempre!
Assim terminava a carta
e me veio a mente quem a assinava,
Ernesto Che Guevara!
Então, em minha frente está Célia,
não qualquer Célia, mas a mãe do médico
formado nas escolas de Buenos Aires,
o argentino doutor, Ernesto Guevara!
Me vem a memória minha mãe, Regina,
empregada doméstica, com grande fé
no diploma de seu filho, futuro doutor,
doutor José, das periferias de São Paulo!
De Célia e Regina, me veio Maria de Nazaré
e todas as mães deste mundo variado!
Penso se o destino de todas elas
é sempre um só, o caminho do Calvário!
Penso se poderia ser diferente,
besteira, é óbvio que poderia,
tanto que foi o que seria!
Que seja feita a tua vontade,
até sempre,
eu, dizendo que volto logo,
um logo que virou eternidade!
Cristo, Deus encarnado,
Guevara e o paraíso já na terra,
e eu, que da vida não levo nada,
talvez, de Regina, a última lágrima!
Penso deixar um bilhete, tanto faz,
terminando também com um até sempre,
mas estou achando até sempre, tempo demais!