Não sou gênio
Não sou gênio –Jamais
Aprendi uns versos de amor.
Nem sei como se faz
Simples poemas para uma flor.
Sou dessas criaturas
Que escreve por prazer,
Para desaguar as amarguras
Porque dom não há de ser.
Baudelaire, Drummond e Pessoa
Talvez venham me perguntar:
“És uma jovem à toa
Que pensa em nos copiar?”
Vejo nos mestres inspiração,
Luzes à primeira vista
Mas cheia de imperfeição
Só consigo me tornar copista.
Não sou como Camões
Nada entendo de lirismo.
Então peço mil perdões
Pelo meu idiotismo.
Não sou gênio –Nunca serei,
Pois essa não é a minha vocação.
– Será que um dia escreverei
Algo que comova um coração?