JANELAS E PORTAS POÉTICAS
JANELAS E PORTAS POÉTICAS
Às vezes,
ela chega, entra pela janela,
às vezes pela porta;
contudo,
ainda não é o poema,
é apenas a poesia;
minha fiel amiga,
que me inspira, e me conforta
em dada circunstância
existencial,
que preencha minha hora,
com aparência de vazia.
Para a poesia,
jamais lhe fecho a porta
nem a janela;
porque ela é a causa,
da qual
se oriunda o fazer poético.
Quem lê
o poema pronto,
não lê a poesia (causa),
lê o seu efeito (poema),
que se revela
pela arte de fazer versos,
que lhe ressalte a valia
do labor técnico.
Mas às vezes, ocorre também,
da poesia não chegar,
mas sair
pela janela e porta
que se abrem de mim;
ela sai pelo meu livre pensar,
que peregrina por sendas
inspiradas.
Através
desse influxo pensante,
a poesia se adorna de rosa
ou de jasmim;
e o poema se esboça,
quais gotas
de orvalho,
pingando das floradas.
A poesia chega,
entra e sai por portas e janelas
exteriores e interiores.
Ela é sempre
essencial ao labor
do poema em gestação.
Os dois
gêneros se unem,
como causa e efeito poéticos.
Nos quais,
os primores literários,
pertencem
à habilidade estilística
de cada artesão.
Adilson Fontoura