JANELAS E PORTAS POÉTICAS

JANELAS E PORTAS POÉTICAS

Às vezes,

ela chega, entra pela janela,

às vezes pela porta;

contudo,

ainda não é o poema,

é apenas a poesia;

minha fiel amiga,

que me inspira, e me conforta

em dada circunstância

existencial,

que preencha minha hora,

com aparência de vazia.

Para a poesia,

jamais lhe fecho a porta

nem a janela;

porque ela é a causa,

da qual

se oriunda o fazer poético.

Quem lê

o poema pronto,

não lê a poesia (causa),

lê o seu efeito (poema),

que se revela

pela arte de fazer versos,

que lhe ressalte a valia

do labor técnico.

Mas às vezes, ocorre também,

da poesia não chegar,

mas sair

pela janela e porta

que se abrem de mim;

ela sai pelo meu livre pensar,

que peregrina por sendas

inspiradas.

Através

desse influxo pensante,

a poesia se adorna de rosa

ou de jasmim;

e o poema se esboça,

quais gotas

de orvalho,

pingando das floradas.

A poesia chega,

entra e sai por portas e janelas

exteriores e interiores.

Ela é sempre

essencial ao labor

do poema em gestação.

Os dois

gêneros se unem,

como causa e efeito poéticos.

Nos quais,

os primores literários,

pertencem

à habilidade estilística

de cada artesão.

Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 12/07/2020
Reeditado em 01/11/2020
Código do texto: T7003435
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