Sou apenas a negação da negação do meu ser negado.

A vida é minha, a única coisa que tenho é a existência temporária, a minha vida é a minha cognição, o meu cérebro a substancialidade da minha memória cognitiva.

Deste modo, sou livre para pensar na intimidade racional, penso o que desejar, entretanto, sou verdadeiramente honesto para com o meu eu racional.

Com efeito, o meu cogito, é absolutamente incrível, eu acho fascinante a minha racionalidade, desde criança pensava o que não deveria pensar em defesa do senso comum, muito menos do senso midiático, tenho admiração tão somente pelo senso epistêmico.

Mesmo assim, tenho repúdio pelo senso epistemológico, pelo fato que a epistemologia em referência a fenomenologia, é absolutamente ideológica, acredito no método indutivo.

O que é a hermenêutica em relação a verdade apenas uma metodologia cultural como produção de ideologias.

Desta forma, o que é a verdade, uma invenção cultural maléfica, então, como dono do meu cérebro, porque o meu cérebro é o meu dono, tive que superar a cultura.

Com efeito, não tenho racionalmente nenhum logocentrismo que determine o meu cérebro, deste modo, sou absolutamente livre para pensar o que desejar.

Portanto, não sou nada, não sou cristão, não sou capitalista, muito menos neoliberal, entretanto, quando não sou, tenho que ser, quem não é cristão tem que ser necessariamente ateu, quem for neoliberal tem que ser social liberal, não tem como não ser e não ser ao mesmo tempo.

Porém, tudo que sou, está em permanente destruição, a reconstrução não da tese, entretanto, da antítese, não na formulação de nova antítese, porém, na negação das antíteses contínuas.

Este é o meu modus operandi, a funcionalidade do meu cogito, ad racionalitatio

Não sou condicionável, porque destruí a minha razão, a forma que encontrei para ser livre.

Tenho um corpo, gosto da minha representação física do ponto de vista biológico.

Adoro ser o que sou geneticamente, motivo pelo qual estou bem comigo mesmo, no entanto, sou a continuidade do primeiro átomo quântico, a replicação do primeiro DNA mater, sou apenas uma variável das múltiplas espécies.

Retrospectivamente, a minha genealogia remonta a sopa primitiva etíope, sendo que a referida fundamenta-se no princípio da incausalidade, quando o infinito era vazio, escuro, frio e desértico, pois a minha origem fundamenta exatamente no nada.

Eu sou tão somente a minha anti causa, que esplendor, magnífico entendimento da minha própria causa.

Eu sou o meu nada, a representação negativa da minha existência, pois sei que não poderei ser nem mesmo o fluido dos meus átomos quânticos.

Então o que sou em relação ao futuro, a ficção do que imagino ser, em síntese a negação da negação do meu ser negado.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 10/07/2020
Reeditado em 10/07/2020
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