OBVIOUS

Seus olhos

Injetados,

Assustados,

Ambiciosos,

Vasculham

Os meus.

Fuçam,

Como um urso

Faminto e

Ganancioso,

Fuça a lixeira alheia

À procura

De algo que lhe

Permita ser

Maior.

Quer o que acha que

Tenho. Não me conhece.

Nem a mim nem a

Ninguém

Todos somos meio

Pretexto, recurso,

Degrau e corrimão

Para a sua

Ambição.

Todo mundo sabe

Mas tem vergonha

De dizer: é óbvio.

O urso recorre

às trevas para insinuar:

_É mentira!

Ele duvida de tudo

O que não é ele

Ou dele. Mas...

Se houver um

Descuido,

Uma pequena distração,

Ele te devora e se apropria

Da sua cria(ção)

Ele é um imenso

Saco sem fundo

Vazio, pobre e feio

Ainda que bonito

pareça.

Instagram

@adelaidepaulaescritora

Adelaide Paula
Enviado por Adelaide Paula em 08/07/2020
Código do texto: T6999508
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.