OBVIOUS
Seus olhos
Injetados,
Assustados,
Ambiciosos,
Vasculham
Os meus.
Fuçam,
Como um urso
Faminto e
Ganancioso,
Fuça a lixeira alheia
À procura
De algo que lhe
Permita ser
Maior.
Quer o que acha que
Tenho. Não me conhece.
Nem a mim nem a
Ninguém
Todos somos meio
Pretexto, recurso,
Degrau e corrimão
Para a sua
Ambição.
Todo mundo sabe
Mas tem vergonha
De dizer: é óbvio.
O urso recorre
às trevas para insinuar:
_É mentira!
Ele duvida de tudo
O que não é ele
Ou dele. Mas...
Se houver um
Descuido,
Uma pequena distração,
Ele te devora e se apropria
Da sua cria(ção)
Ele é um imenso
Saco sem fundo
Vazio, pobre e feio
Ainda que bonito
pareça.
@adelaidepaulaescritora