Demasiado Lirismo
Ecoa, coração latente, ecoa!
Deixe a minh’alma se libertar
das amarras da desilusão.
Não emudeça a nossa flama à toa,
pois há demasiado lirismo na comoção.
Tal qual uma andarilha insaciável,
eu tenho estado a versejar o meu viver.
É inútil driblar o inevitável, tu bem sabes.
O receio torna mais árduo se desprender.
Os dias escorrem ante as frestas dos teus olhos,
e o que tu farás se a vida abruptamente cessar?
Existir sem porquê certamente é lamentável;
então, pergunto-lhe: por que se negas a ousar?