Insensato silêncio
Onde fica guardada, em você, a parte que cala?
E onde mora a raiva, quando não declara?
Onde deita a quimera da sua ilusão?
E onde dorme o seu sonho que era paixão?
Onde esconde o silêncio da sua dor?
E onde disfarça esse pranto que vive o temor?
Onde dorme a criança daquela utopia?
E onde deitam as coisas que eram magia?
Onde fia a defesa desses seus segredos?
E como simula a tremura de todos os dedos?
Onde encobre a tristura desse dia a dia?
E onde guarda as mágoas de tanta agonia?
Como aguenta o silêncio da sua fachada?
E como disfarça as cores da face inchada?
Quando perdeu no caminho o que acreditava?
E quando encheu seu destino do que não faltava?
De onde vem essa angústia que esconde o tornar-se?
E onde estão as palavras para libertar-se?
Quando, em vão, jogou fora o que era você?
E onde enterrou, nesse luto, seu lídimo SER?
@fabioalvinopsi