A ENTREGA (rev)
Maria Luiza Bonini
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Quando a um poema me entrego, por inteiro
Sinto o sabor de um mergulhar, sem os meus medos
Como suaves ondas a acariciar indiferentes rochedos
À espera de que sejam, de minha ternura, mensageiras
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Quando a um poema me entrego, por inteiro
Sinto-me penetrar em um infinito que é só meu
Onde me torno, deliciosamente alada, em apogeu
Como o alegre libertar de um pássaro em cativeiro
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Quando a um poema me entrego, por inteiro
Sinto-me a mais afortunada de todas as criaturas
A desfrutar, de todas as benesses, a mais pura
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Quando a um poema me entrego, por inteiro
Recebo as vibrações d' uma rara extasia, tão gratificante
Que a ele me consagro, com a fieldade una, de mulher amante
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