A ENTREGA (rev)

Maria Luiza Bonini

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Quando a um poema me entrego, por inteiro

Sinto o sabor de um mergulhar, sem os meus medos

Como suaves ondas a acariciar indiferentes rochedos

À espera de que sejam, de minha ternura, mensageiras

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Quando a um poema me entrego, por inteiro

Sinto-me penetrar em um infinito que é só meu

Onde me torno, deliciosamente alada, em apogeu

Como o alegre libertar de um pássaro em cativeiro

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Quando a um poema me entrego, por inteiro

Sinto-me a mais afortunada de todas as criaturas

A desfrutar, de todas as benesses, a mais pura

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Quando a um poema me entrego, por inteiro

Recebo as vibrações d' uma rara extasia, tão gratificante

Que a ele me consagro, com a fieldade una, de mulher amante

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Maria Luiza Bonini
Enviado por Maria Luiza Bonini em 29/06/2020
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