A Dor do Mundo
Após uma recepção calorosa de vocês, pela qual agradeço muitíssimo, finalmente lhes trago um segundo escrito com um ar semelhante ao primeiro, afinal, a urgência temática dele faz-se pertinente no agora, não tendo porque expô-lo em outra hora. Inicialmente um projeto de letra, creio que os versos breves e diretos muito dizem o que penso e vemos. Fico no aguardo para conversamos mais.
A Dor do Mundo
Eu te deixarei chorar
Não segure sequer uma lágrima
Pois é nessa hora
Que a nossa guarda há de baixar
A galera está trancada
Em casa, sem armas
Contra esse inimigo
Nada têm distintivos
Há coisas que se vão
E nunca esqueceremos
As marcas aqui ficam
Contra a lei do tempo
Assim sendo
Entre tudo que já vimos
Falsas crenças e mitos
Até pode ser evanescente
Contudo, a dor do mundo
É universal no que se sente
Qual das ideologias
Algum dia nos poria
Numa realidade
Em que se vale a teoria...
... Na prática, ela revela outra face
A verdade nua e crua corre a rua
E não há utopia que a cubra
Querem na terra um olimpo
Redimir e não ser remidos
Deuses que sangram
Sem a ninguém salvar
Bendita inquietação
Que nos move a alma
Hei de assumir a pequenez
A mim mesmo
Ao menos uma vez.
André Vaz de Campos Tourinho
09/05/20 - SSA