"PENTE FINO"
Examino cada centímetro da minha essência
E sem recorrer a qualquer tipo de inocência,
"Varro" o meu ser, em busca de alguma “indecência”,
Que possa fazer-me menor ou sem consciência.
Pois, aprendi com a vida,
Que a minha aparência de um “monstro”,
Surgindo nos olhos de quem me ver,
Inicia-se no meu próprio proceder
E nas feiuras que "cego", eu demonstro.
Preocupado, no "pente fino", eu procedo,
Procurando em mim, o mais rápido e cedo,
Um possível “fel” entranhado em meu medo
Do “monstro” a criada, por outrem, a aparência,
Que, de fato, não existe em minha essência.
Sou "preto" no meu humano
Sou o branco da paz
Sou "mestiço", tanto faz,
Sou "índio" e sou urbano
Sou "pardo" e sou capaz
E diante do mano a mano
Não sou melhor e nem pior.
Ênio Azevedo