"PENTE FINO"

Examino cada centímetro da minha essência

E sem recorrer a qualquer tipo de inocência,

"Varro" o meu ser, em busca de alguma “indecência”,

Que possa fazer-me menor ou sem consciência.

Pois, aprendi com a vida,

Que a minha aparência de um “monstro”,

Surgindo nos olhos de quem me ver,

Inicia-se no meu próprio proceder

E nas feiuras que "cego", eu demonstro.

Preocupado, no "pente fino", eu procedo,

Procurando em mim, o mais rápido e cedo,

Um possível “fel” entranhado em meu medo

Do “monstro” a criada, por outrem, a aparência,

Que, de fato, não existe em minha essência.

Sou "preto" no meu humano

Sou o branco da paz

Sou "mestiço", tanto faz,

Sou "índio" e sou urbano

Sou "pardo" e sou capaz

E diante do mano a mano

Não sou melhor e nem pior.

Ênio Azevedo

Luciênio Lindoso
Enviado por Luciênio Lindoso em 27/06/2020
Código do texto: T6989177
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