Dias de chuva
Ás vezes o que nos falta é chorar um pouco , lavar a alma.
As vezes o consciente é forte, foda, guerreiro.
Ele manda todo mundo a merda. Mas o inconsciente quer colo.
Quer gritar, se vê sozinho , frustrado de novo.
A gente acumula muita coisa dentro da gente , como um contêiner anti bomba.
Vai transformando isso em paredes.
Criando uma casca grossa.
Uma indiferença consciente.
Chega um momento em que as rachaduras da decepção ficam tão grandes que o dique rompe.
As lágrimas escorrem de uma forma que a gente nem percebe.
É uma bolha enorme se formando na garganta, o ar insuficiente que a gente puxa lá do fundo do peito.
As mãos que tremem , e que só falta derrubar a água do copo.
Chega uma hora em que tudo o que a gente quer é ficar quieto, jogar fora a chave do coração , assim não entra ninguém, assim a gente nem querendo, se permite sair.
A melhor companhia passa a ser a música, o vinho , o chá, o cobertor nas pernas , e o livro no colo, e ainda por cima se estiver chovendo, a gente acredita que encontrou o paraíso!