Velas abertas
Cria-me eterna criatura
criva-te dos castiçais
livra-te bardos boçais
fuja-te para os encantos neutras.
Adormeça
e antes que anoiteça
deixem-se velas acesas
abertas em cálidas penteadeiras
tristes em pé sobre a mesa
as saudades do nunca mais.
Derrama-te vela acesa
refaça-se da cera
abra-se no pranto em tormenta
a chama, os abraços
os invernais.
Vá-se no tempo
e aqueça.