MADEIXAS AO AR
O que se oculta na areia
Está além das estrelas
Está em toda parte
Em qualquer lugar
Mas não num lugar qualquer
Pois as retinas em família
Com os arcanos ocultos do fogo
E das areias
Sabem do mito que invade o infinito
Sabem dos enganos das madeixas
O vento sopra o túnel do tempo
Na escuridão dos afetos
Que beiram o horizonte: cruz e credos
O tempo do vento traz também as cores
Onde cultas culturas se voltam ao chão
Não para a sete palmos estarem
Mas simplesmente
Para as areias se assemelharem
É a brisa que levanta a areia do assoalho
Enquanto fechamos os olhos e voltamos grisalhos