Não é culpa minha

Não é culpa minha

se encontra uma passagem

pelo verso a ponte.

A madeira em carne viva

agitando os braços

vindo rumo à prosa

não é culpa minha;

A pena, encurvada,

de dorso miúdo;

o verso sido de encurtar gravuras

em tez de arrebique

não é culpa minha.

- A harmonia faz seu movimento no caos.

Me levanto o ângulo que arrebenta a prosa;

recuo as linhas às últimas consequências,

porque nasci poeta

e tenho urgências,

pois há o verso que embolora enquanto pensamento.