A sombra como ficção da matéria.
A vida mistura e perde-se na originalidade, o que era perto fica distante.
Deste modo, efetiva-se a evolução, negada no fundamento do princípio, eliminando a especificidade, deprecando os vossos olhares.
O momento idiossincrático, descangotado ao vosso apreço.
Superações intermináveis de elos, somos apenas o presente representado em um tempo incompreensível
Tudo passa apesar da continuidade, já não somos, assim se faz a espécie.
A imaginação se compõe em outro instante, construindo a ilusão, a interminável mudança, descambada ao silêncio.
A dialeticidade reconstruindo a substancialidade, entretanto, negando a essência.
Quem somos, o nosso passado esquecido na perspectiva de um futuro intrujado ao desenvolvimento cognitivo.
A única coisa que levamos, o nosso sobrenome, Vasconcelos se remonta a uma tradição de mil anos, o resto a mais absoluta superação.
Então recordamos, posteriormente, o não entendimento.
Todavia, somos a replicação, a única com milhares de variáveis, perdidas na irracionalidade substanciada.
Com efeito, podemos dizer um micro átomo em uma das etapas, a fortiori, a potencialidade da poeira química.
Você sequer consegue imaginar o caminho contortuplicado ao vosso passado genético, muito mais distante da sua origem quântica.
Sendo assim, com medo diante da futura inexistência, prendemos a um espírito desencarquilhado ao mundo apofântico.
Entretanto, o que somos, o princípio da incausalidade, a imaterialidade da matéria como causa.
O efeito, a posterioridade, o término de tudo, quando cada um, apenas a sombra fictícia, incoadunável.
Onde estão os sinais, os últimos, a contemplação do futuro perdido no instante incompreendido em um passado longe e perto ao mesmo tempo.
O que virá em seguida a mistura constante das nossas miméticas.
Edjar Dias de Vasconcelos.