Algodão para encher bonecas
Troquei os braços, tronco e dedos
Refiz e tintei seus cabelos
As curvas, também estou por certa
Mas sempre ocorria a mesma merda
Troquei seus olhos por porcelana
Quase parecia uma adorável criança
Contudo, o mundo que lhe ofereci
Foi o mesmo que jamais mudou por mim
Troquei e destroquei a adaptação
Reordenei, para ela, da raiva a paixão
Somente, no último momento pude notar
Que o erro estava em por ali continuar
Destroquei e retroquei cada confusa mudança
Até chegarmos a uma fase random da infância
Nua e limpa como uma tábua bruta
Fugimos e encontramos a alegria na esquina da nossa rua