O SALVADOR DE TODAS AS RAÇAS

Sentado num banco no calçadão.

Parecia invisível aos transeuntes,

Observava os detalhes da indiferença

Seus olhos eram apenas coadjuvantes,

Seu coração é que fazia a diferença.

Queria ser olhado, tocado, amado,

Mas a sua cor não brilhava aos olhos

Ele era um ‘ninguém’ sentado ali,

Desprezado por levantados sobrolhos

Chorou por aqueles, que queria sorrir.

E n’Ele não eram vistos os devidos valores.

Nem poderes e, nem sequer, amores.

Não por está irreconhecível, mas por temores;

Ele veio preto e diante os olhares de horrores,

Nada falou! Continuou chorando, cheio de dores.

Ah, se aqueles transeuntes soubessem,

Que aquele preto ali sentado era Jesus!

O salvador do mundo, que nos “descasca”,

E dentro da “casca”, não tem cor.

Suas lágrimas lavaram aquele banco

Que muito branco, “sujou”.

Não por ser branco,

Mas pelo “preto”, que rejeitou.

Ênio Azevedo

Luciênio Lindoso
Enviado por Luciênio Lindoso em 06/06/2020
Reeditado em 08/06/2020
Código do texto: T6969841
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