FALTA DE TEMPO
Izaias Veríssimo de Castro – 05/06/2020
Mesmo se eu se lembrasse de tudo pra poder contabilizar
Mesmo se eu pudesse “tintim por tintim” da vida cobrar
Jamais recomporia todo “tempo perdido”, e digo
Pela própria “falta de tempo” em vivê-los
Não fosse isso, bem mais amigos eu poderia ter
Ah falta de tempo...
Se eu percebesse antes que eras tão ferrenha assim
Teria pedido ajuda aos anjos para "a tempos" ter me livrado de ti
Ah falta de tempo!
Por que no passado não me destes “um tempo”?
Deixei de ir pra casa de mãe e de pai
Dar um abraço, pedir bênção, bater um papo
Comer comidinha da mamãe, da vovó
Compartilhar vivência com os irmãos
Mas hoje não adianta mais lamentar, é uma dó!
Não pude brincar com meus filhos como devia
Na melhor fase da vida, ainda pequenos
Passear com a esposa, deitar descansado
Ah tantas coisas eu diria!
Dizem, e sei que perdi muitos bons momentos...
Tudo por causa dessa coisa estupefata chamada falta de tempo
Me privei de sair com os amigos, literalmente cair na farra
Dançar, cantarolar, tomar cerveja na mesa de um bar
Saborear um churrasco ao vinagrete com alcaparras
Ira pra beira de um rio em família, fazer um piquenique
Improvisar um fogareiro, fazer tropeiro com torresmo
Arroz com pequi, franguinho com polenta
Dobradinha com mocotó, cebolinha pimenta e coentro
Já fui esquisito, excêntrico, excessivamente ciumento
Como pode né? Pra isso eu achava tempo
Hoje o meu intento é ser “bem diferente”
Viver minha vidinha pacata, sem tormento
Não viver só a trabalhar pra pouco divertir
Este é o meu novo experimento
E pra esse chorão de passado “estragado”
Está sendo um verdadeiro acalento
Ah falta de tempo...
Se eu percebesse antes que eras tão ferrenha assim
Teria pedido ajuda aos anjos para "a tempos" ter me livrado de ti
Ah falta de tempo!
Por que no passado não me destes “um tempo”?